lisboa abaixo. lisboa acima. a cidade faz-se de degraus. na tarde quente que se arrasta.
entre portas esburacadas a adivinhar segredos. e cartazes de concertos que já foram.
da esplanada zen vê-se o lado de lá. traz de volta os passeios à beira-rio. mais os telhados.
e o cheirinho a santos populares que já não tardam. não há andorinhas nos beirais. nem melros mascarados de corvos. nem sequer um pombo furtivo.
o chapéu-de-sol dá guarida a uma flor a fingir. assim à contra-luz quase parece condenada a murchar.